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IGREJA BATISTA DO
BOM RETIRO, 30 ANOS DE VITÓRIAS
“Uma Família que quer amar você”
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A -
BREVE HISTORIA DA IGREJA BATISTA DO BOM RETIRO – EXCERTO
Por: José Maria Vidal, membro da IBBR e professor de Classe
da Escola Bíblica Dominical. jmariavidal@yahoo.com.br
Neste artigo faremos um breve e simplificado relato da
história da Igreja Batista do Bom Retiro – IBBR. Abordaremos
do período referente ao inicio do trabalho no bairro até a
inauguração do primeiro templo construído. Farão parte
deste, também, o depoimento dos irmãos Heli e Lígia Martins;
e as palavras dos irmãos Sérgio Costa e José Maria durante a
comemoração dos trinta anos de fundação da Igreja.
A Cidade
Na década de 50 o povoado, que em 1964 viria se tornar a
cidade de Ipatinga, era ainda um lugarejo com poucas casas,
totalmente carente de estrutura sanitária e de saúde. A
construção de uma siderúrgica, as USINAS SIDERÚRGICAS DE
MINAS GERAIS - Usiminas, na região, mudaria completamente
sua história. A fase de construção da citada siderúrgica
atingiu seu ápice nos inicio da década de 60, quando foi
inaugurada sua primeira fase e se deu o inicio de operação e
produção.
Para cá convergiram pessoas de todo o Brasil para trabalhar
temporariamente na construção, sendo que grande parte desses
moravam em alojamentos para tal designados. Ao lado desses
muitos vieram para, além de trabalhar na construção, se
integrar ao quadro da operação da empresa e fazer da futura
Ipatinga seu local de morada definitiva e criação da
família. Aos poucos uma cidade começou tomar forma devido à
construção da vila operaria que abrigaria todo o operariado
envolvido na operação da siderúrgica. Tal vila, conforme
ainda se pode observar nos bairros construídos pela
Usiminas, foi alvo de minucioso e detalhado planejamento e
na época contrastava com o ambiente caótico que predominava
no seu entorno. A cidade, que veio a se organizar em 1964,
teve um ritmo de desenvolvimento acelerado e pleno movido,
principalmente, pela arrecadação oriunda da siderúrgica,
vindo a se tornar pólo de comercio na sua região.
O início
Mas vieram também aqueles com sua fé, ímpeto e fervor
missionário. Tornaram-se, inicialmente, alguns deles,
membros da Primeira Igreja Batista de Coronel Fabriciano –
PIBCF, e de Igrejas da região. Mais tarde, em 1964, como
fruto do trabalho desses irmãos que aqui moravam, e
patrocínio daquela Igreja, foi organizada a Igreja Batista
Central de Ipatinga – IBCI, no centro da cidade, próximo à
então rodoviária.
Todavia, muitos membros moravam nos bairros, que eram
distantes, e a freqüência à igreja era difícil. Não havia a
estrutura de transporte e o conforto que temos hoje. Havia
também como limitante, o componente financeiro. Pagar ônibus
para toda a família ir à Igreja, comumente numerosa na
época, era algo que cabia em poucos orçamentos. Na realidade
econômica da época, mais se andava á pé; ou de bicicleta,
para quem podia comprar uma para a família; era normalmente
o meio de transporte para o trabalho. Bastante comum era a
família ser transportada de bicicleta para a Igreja: a mãe
na bagageira e um dos filhos, um a cada domingo, sentado no
quadro, com os óbvios riscos devido ao incipiente sistema
viário. A freqüência aos cultos era difícil. Como a
freqüência à igreja era então dificultada, o “culto nos
lares” e os “pontos de pregação”, cujo objetivo era
principalmente missionário, era a única maneira de minorar
aquelas dificuldades. Assim se iniciou a IBBR, hoje com 30
anos.
Morando no Bairro Bom Retiro, recém-construído e ainda com
poucos moradores, para o qual havia se mudado em 1964, o
irmão Heli Martins de Souza e sua esposa D. Lígia, eram
membros da Igreja Batista Central de Ipatinga – IBCI, para a
qual vieram transferidos da Primeira Igreja Batista de
Coronel Fabriciano – PIBCF, depois que aquela se organizou.
Neste bairro não havia ainda nenhuma congregação evangélica.
Assim, após se reunir com vários irmãos batistas do bairro
estes solicitaram à IBCI, então pastoreada pelo Pastor Joel
da Silveira, a abertura de um “ponto de pregação” no bairro.
A igreja, liderada pelo pastor, entendendo o desafio e a
disposição destes irmãos, atendeu àquele grupo, liderado
pelo irmão Heli Martins, que então abraçou tal desafio e
abriu sua casa, compartilhando-a, para abertura de um “ponto
de pregação” no ano de 1966, aproximadamente, conforme
relata o mesmo em depoimento:
“Em abril de 1963 mudamos para Ipatinga no Bairro Bom Jardim
onde fomos morar e freqüentamos a congregação da Primeira
Igreja Batista de Coronel Fabriciano – PIBCF, inexistente
naquele bairro. Em setembro do mesmo ano a IPIBCF pediu
nossas cartas de transferência para fazermos parte como
membros da Igreja Batista Central de Ipatinga cuja
congregação se organizou em Igreja, a partir desta data nos
tornamos membros da Igreja Batista Central.
Em dezembro de 1964 mudamos para Bom Retiro e começamos a
freqüentar a Igreja Batista Central, que se tornou um tanto
difícil por causa da distância e falta de condução, e como
eram vários membros que moravam no bairro e por ser um,
bairro novo, não havia nenhuma congregação evangélica no
bairro sentimos que precisávamos organizar um ponto de
pregação ali. Junto com os irmãos do bairro levamos o pedido
à Igreja a qual nos atendeu prontamente criando o trabalho
em nossa casa, onde reuniam os irmãos do Bairro um vez por
semana, a data propriamente não me lembro, é só recorrer a
ata que irá encontrar.
Ali nos reunimos aproximadamente por cinco anos. Dali saímos
para organizar em congregação em um galpão doado pelos
irmãos Nilton Teixeira e família. No período que estávamos
reunindo nesse galpão o Pastor José Ribeiro entrou em
contato com a Usiminas e após muita insistência a Igreja
Central conseguiu comprar o terreno onde posteriormente foi
construído um templo no qual a congregação passou a reunir e
nos organizamos em Igreja no dia 10/12/77.
Para mim e minha família são dois privilégios muito grande,
primeiro, que para honra e glória do nosso Deus esta Igreja
nasceu dentro da nossa casa, segundo, que todos os nossos
filhos cresceram dentro dela como congregação e como Igreja
e todos tornaram membros posteriormente.
Este é o motivo todo especial porque amamos tanto, porque
com todos os nossos defeitos e limitações Deus nos usou para
tão grande acontecimento em prol do seu reino. Amém e Amém.
Ipatinga, 03/12/2007 - Heli e Ligia Martins”.
Nota: Os irmãos Heli e Lígia Martins e seus seis filhos;
Ângela Maria, Itamar, Carlos Roberto, Lucimar, Magda e Mary
Sueli compartilharam, durante este tempo, sua residência com
todos aqueles que vieram se ajuntar a esse trabalho
pioneiro. Cinco de seus filhos são também membros fundadores
da IBBR.
Os cultos eram às quintas feiras, dirigidos pelos próprios
irmãos do bairro, e nos demais dias freqüentavam os
trabalhos regulares da Igreja. Durante as férias escolares
promoviam a EBF – Escola Bíblica de Férias -, realizada com
itinerantes ou Iberistas.
O bairro foi crescendo e muitos que para ele chegavam se
juntaram ao trabalho, além do crescimento oriundo do próprio
trabalho evangelístico que frutificou e atingiu muitas vidas
e muitos lares. Assim, após 5 anos, em 1971 a casa do irmão
Heli já não comportava o trabalho, necessitavam de espaço
maior e melhor estrutura. Assim, conforme a ata da sessão
187, de 20 de novembro de 1971, por solicitação dos irmãos,
”foi deliberado organizar-se Congregação trabalho do Bairro
Bom Retiro e homologada a diretoria da mesma:
Vice-moderador: Anderson Barbosa; Secretário da Congregação:
Tarcísio de Miranda Leite; Superintendente da Escola Bíblica
Dominical: Aroldo Sampaio e Secretária da Escola: Zilá de
Miranda Pinto”. A novel congregação passou a se reunir de
maneira mais confortável num salão improvisado da
serralheria, gentilmente cedido pelo proprietário, senhor
Nilton Teixeira, ele e família também participantes. Com
certeza Deus o usou como instrumento para implantação da
IBBR.
Conforme registrado nas atas das IBCI, no fim daquele mesmo
mês, dia 30 de novembro de 1971, a ata 190 relata que “o
irmão Anderson Barbosa apresenta um relatório satisfatório”
sobre trabalho da congregação, e são empossados os
“professores da Escola” eleitos pela congregação: “Classe de
Adultos: Anderson Barbosa e Joaquim Rodrigues – Classe de
Crianças: Eunice Pereira, Glorinha Duarte e Creuza Maria B.
Maciel - 1º Tesoureiro: Laécio Maciel e 2ª Tesoureira:
Conceição Borges Maciel”.
Além de o trabalho ser promissor, havia também o senso de
oportunidade, e na sessão seguinte, 4 de dezembro de 1971,
foi eleita uma comissão para “estudar detalhadamente este
assunto”, “compra de terrenos nos Bairros bom Retiro e Amaro
Lanari”: Adealde Alves de Assis, Geraldo Gouveia e Inácio
Cassimiro de Souza. Era uma atitude compatível com as
perspectivas de crescimento da cidade e do trabalho
evangelístico nestes bairros, bem como com o espírito
empreendedor e arrojado do recém-chegado Pastor José Ribeiro
da Silva.
O trabalho se desenvolvia naturalmente sem perder o foco no
crescimento, consolidação do trabalho e plantação de novas
igrejas. O nascente trabalho com a Juventude na região se
iniciara e a Jubavaço já iria realizar seu 4° congresso. Em
ata datada de 17 de março de 1973 ficou registrada a
preocupação e a visão dos irmãos com a plantação de igrejas
e consolidação do trabalho na nova cidade. No relatório
financeiro é mencionado o “fundo de construção das
congregações” Iguaçu, Amaro Lanari, Bom Jardim e Bom Retiro,
que aportava a importância de R$10.173,55” (valores da
época).
Nesta ocasião, após insistente trabalho do Pastor José
Ribeiro e intervenção do irmão Adealde Alves de Assis, o
lote para construção da Congregação em Bom Retiro foi
finalmente comprado da Usiminas. A proximidade do irmão
Adealde, então gerente de uma empresa com amplos negócios
com a Usiminas na ocasião, e com a alta gerência desta,
facilitou as negociações. Este irmão aproveitava as
oportunidades das reuniões de negócio para os contatos, o
que facilitou a efetivação da compra do lote onde a igreja é
hoje construída, conforme depoimento pessoal do Pastor
Ribeiro. Este mesmo irmão veio a contribuir com mão de obra
durante a construção do templo. Na verdade não havia, por
assim dizer, interesse explícito na venda do referido lote.
Após alguma relutância, foi comprado em 24 prestações
mensais com o compromisso de construção logo a seguir.
Em outubro daquele ano, lote comprado, estávamos “às voltas”
com a construção. A planta do prédio precisava ser
previamente ser aprovada pela Usiminas. Conforme o Pastor
Ribeiro, “ainda com relação à aprovação da planta para a
congregação em Bom Retiro, houve problemas, havendo
necessidade de alteração na mesma, para dar mais
funcionalidade”. A planta só viria a ser aprovada em abril
de 1974, ata 229, de 13 de abril de 1974, em sua quarta
versão e “deveria ter etapas de sua construção pronta até 24
de setembro daquele ano” (1974). Foi então pedido um prazo
de seis meses (à Usiminas), após aprovação da planta, para
executar a mesma”. Havia exigência de se construir, dentro
desse tempo, pelo menos, um salão de cultos no lote para
garantir a posse e a escritura do mesmo. Finalmente o
lançamento da pedra fundamental do templo da Congregação
Batista do Bom Retiro foi “realizada aos 21 dias do mês de
julho de 1974 às 15h10min com o cântico do hino 411”.
Por esse tempo a Prefeitura Municipal de Ipatinga estava em
de processo de desapropriação de parte do lote, onde se
situava a casa pastoral e o templo da Batista Central, para
construção da atual Avenida João Valentim Pascoal, antiga
Rua Teófilo Otoni. Seria, na verdade, desapropriada a parte
onde se situava a casa pastoral. Para “tal (processo) foi
indicado o nome do irmão Adealde Alves de Assis”, então
recém-formado em Direito. Este fato foi importante na medida
em que o ressarcimento monetário daí oriundo propiciou os
recursos que poderiam ser temporariamente alocados na
construção do templo em Bom Retiro, que era urgente, para
atender aos exíguos seis meses que a empresa vendedora
exigiu para conclusão de, pelo menos, parte do projeto.
Finalmente o templo seria construído. Houve mutirões para
construção das sapatas, obra civil, muitos irmãos
participaram diretamente; e o templo foi concluído e
inaugurado com sua bancada feita das tábuas que sobraram da
construção. Após tanto tempo, desde 1966, finalmente aqueles
irmãos chegaram á sua Canaã, seu templo próprio.
Nota: Breve relato feito por José Maria Vidal, conforme
pesquisa a atas da IBCI, IBBR e depoimento pessoal do Pastor
Ribeiro e irmãos Heli e Lígia Martins, Adealde Alves de
Assis e Pastor Nágimo Nagib de Salles.
Este relato cobre apenas do período referente ao inicio até
a compra do lote. Mais tarde será complementado
B - REFLEXÕES SOBRE OS 30 ANOS DA IBBR
Texto Básico: Deut - 6: 20 a 21
Por: Sérgio Costa - Vice-presidente da IBBR - slcosta@gmail.com
Temos uma igreja forte, muito organizada onde convivem
harmoniosamente lideres e pastores. Temos mensagens todos os
domingos que realmente edificam os crentes; traçamos metas e
alcançamos objetivos. Duas igrejas organizadas, três
congregações. Temos templo construído e uma membresia da
melhor qualidade.
O que a Historia tem a nos dizer?
Com a Reforma Protestante aprendemos que a democracia é um
grande bem e também que a educação é um grande bem;
Com os Batistas Tradicionais aprendemos que a cooperação
entre igrejas ensina o povo de Deus a trabalhar em equipe;
Cenário externo - 1977 a 2007
Compramos o lote onde se construiu a igreja a preço de
mercado e com a exigência da Usiminas de construir rápido
(Isso é um excelente começo, com Davi aprendemos que o
Senhor merece o nosso sacrifício).
Nesse belo terreno, construímos um templo que durou ate
1984. De 1984 até 1986, reconstruímos nosso templo e, na
primeira metade da década de 90, realizamos a ultima
reconstrução.
O ano de 985 é o final da ditadura militar e o Brasil
politizou-se de Norte a Sul. O Pr. Fanini deu apoio ao
presidente João Figueiredo e isso acabou gerando uma ação
contrária, levando muitos batistas a apoiarem os movimentos
de esquerda, particularmente aqui em Ipatinga de maneira
mais intensa, e os ministérios do Pr. Roberto e do Pr.
Juracy sofreram muito com isso. O Pr. Roberto optou pela
tolerância e o Pr. Juracy pelo confronto, o que combinado
acabou gerando um resultado extremamente positivo que foi a
formação de um grande numero de líderes com preparo e
habilidade para encaminhar corretamente os assuntos da
igreja.
A partir da década de 90, surgem as mega igrejas e os mega
pastores que apresentam como principal característica uma
ruptura com os valores históricos das igrejas evangélicas e
um retorno ao catolicismo na forma de governo da igreja. A
IBBR soube manter-se livre dessa deletéria influência. 2007
é um tempo em que a gestão de Ipatinga é evangélica, embora
não compartilhe de nossa visão histórica em relação à
separação entre igreja e Estado. A IBBR soube manter a
necessária distância e o faz muito acertadamente.
Seqüência de fatos:
Pr. Israel
A igreja ainda mantinha características de congregação, foi
um ministério muito curto, mas marcou por um significativo
crescimento da igreja;
Pr. Roberto de Oliveira
Um ótimo crescimento, muito investimento em evangelismo, mas
uma igreja ainda com algumas características de congregação
devido à falta de lideres em número suficiente para apoiar o
ministério pastoral; são organizadas duas congregações uma
em Iapu e outra no Bela Vista. A maioria dos esposos e
esposas não crentes é batizada pelo Pr. Roberto. A União
Feminina Missionária compra uma casa onde hoje é o templo da
igreja em Iapu. Construção da estrutura do atual templo da
IBBR com muito sacrifício.
Pr. Juracy
Cria-se uma estrutura organizacional para a IBBR; grande
investimento na formação de lideres com frutos duradouros
para a igreja; reforma e acabamento do templo; implanta-se o
encontro de casais; implanta-se o ministério Korban,
implantam-se as congregações no Cidade Nobre e em São João
do Oriente. Aprofunda-se a visão missionária da IBBR.
Contrata-se ministro de música e melhora-se muito o culto e
a reverência. Adquire-se quatro propriedades no Bela Vista
que serão muito úteis para a expansão dos trabalhos.
Pr. Josué
Ênfase no evangelismo, a IBBR experimenta um crescimento
fantástico; implanta-se a igreja em células; contrata-se o
Pr Evaldo como copastor; deixou dinheiro em caixa suficiente
para a compra do lote onde estará localizada a futura Igreja
Batista no Bairro Cidade Nobre; pregou o evangelho em
diversos locais na cidade, inclusive regularmente na Câmara
de vereadores de Ipatinga; criou o slogan: “IBBR, uma
família que quer amar você”.
Pr. Cioli
Construindo uma bela historia, dando seqüência aos projetos
iniciados pelo Pr. Josué e retomando a vocação missionária
da igreja. Implantou o projeto POLEM; o projeto Vida
Vitoriosa; adquiriu propriedade no Bairro Cidade Nobre e a
realizou a construção da Estrutura da futura igreja; iniciou
a construção do prédio de Educação Religiosa em São João do
Oriente; implantou o ponto de pregação em Araripe; contratou
o Pr. Nágimo Jr. para ministério com jovens e o Maestro
Marcelo como nosso ministro de música. Ocorreu um aumento do
número de vocacionados na igreja.
As lições que aprendemos com nossos acertos e erros:
1) Quando se vai convidar um pastor, só chamar um segundo,
quando o processo com o primeiro já estiver encerrado;
2) Quando se for construir um templo, deve-se fazer um
projeto definitivo para evitar desperdício de dinheiro e
tempo com retrabalho;
3) Para se colher frutos duradouros, é preciso construir uma
historia da qual não tenhamos do que nos envergonhar. Não se
pode ficar correndo atrás de modismos e de facilidades.
Construir uma historia leva muito tempo;
4) A igreja, se quiser fazer diferença, e influenciar
positivamente o mundo, precisa ter a capacidade de honrar e
apoiar seus pastores, mas ao mesmo tempo, é preciso
certificar-se antes de oficializar o convite se os projetos
desse pastor vão ao encontro da visão geral da igreja;
5) Mesmo que haja discordância em um ou outro ponto, é
preciso permanecer juntos e unidos, nada de divisões, nada
de rachas. A IBBR é um bom exemplo de igreja sem cresce sem
divisões;
6) Não baratear o evangelho no afã de encher a igreja a
qualquer custo;
7) Não misturar com política partidária e nem buscar favores
do poder publico, mas trabalhar pelo bem comum. A salvação é
o maior bem que o individuo pode ter e uma vez salvo e
versado na palavra de Deus, o homem contribui para a
transformação da sociedade;
8) O pastor que chega deve conhecer a igreja por si mesmo,
não deve permitir que o que deixa a igreja passe a sua
impressão nem se deixar levar pela opinião de membros da
igreja;
9) A democracia é um grande bem, mas deve ser exercida antes
da execução, raramente durante e nunca depois. O que passou,
passou. Com a historia construída, devemos estabelecer
planos na dependência de Deus para apresentarmos ao Senhor
sempre melhorando.
Perspectivas Futuras:
A IBBR é uma igreja madura, pode estabelecer projetos
arrojados de evangelização e de ação social, embora a maior
vocação da igreja seja no primeiro campo. A IBBR vai se
firmar como um notável centro de formação de pastores e
líderes de igrejas batistas. O pastor Cioli exercerá um
ministério duradouro aqui entre nós e fará com que nossa
igreja interfira positivamente no campo mineiro. O trabalho
em equipe da IBBR marcará de maneira singular e despertará a
atenção de muitas igrejas quando os modismos passarem. DEUS
REALIZARÁ GRANDES COISAS ENTRE NÓS.
A IBBR terá que convencer nossos jovens que a melhor forma
de contribuir com a causa do evangelho é preparando-se como
vocacionados para exercer as mais diversas profissões seja
na obra do Senhor, seja nas profissões seculares.
A solenidade dos 30 anos marcará positivamente a igreja para
prosseguir firme e viva na propagação do evangelho de Jesus.
C - CULTO SOLENE DO TRIGÉSIMO ANIVERSÁRIO DA IGREJA BATISTA
DO BOM RETIRO - “Uma Igreja que quer amar você”
Gosto muito de História. Na minha primeira aula do ano,
desta matéria, na oitava série, meu professor citou Cícero;
filósofo Romano, expositor da filosofia grega: História é,
na verdade, a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a
vida da memória, a mestra da vida, a mensageira da
antiguidade. (“Historia vero testis temporum, lux veritatis,
vita memoriae, magistra vitae, nuntia vetustatis” “De
oratore II, 9-36”).
Nesta acepção, conforme Heródoto, historiador grego,
História pode significar estudo, entendendo-se como tal, a
indagação, a averiguação e a investigação sobre o passado.
Por outro lado, o homem, pensando em seu bem-estar, deseja
acumular necessário e suficiente conhecimento para a
construção e desfrute de uma vida compatível com suas
expectativas terrenas. Mas isto é impossível individualmente
porque a vida humana é curta e, o conhecimento necessário e
desejável para tal, é algo que só se consegue coletivamente,
acumulando-o ao longo do tempo.
Todavia, se a vida do homem é tão curta que, à luz da
eternidade, todos são contemporâneos, esta contemporaneidade
é desejável porque possibilita a convivência coletiva e o
conseqüente compartilhamento e encadeamento de experiências
que podem levá-lo, do ponto de vista humano, ao conhecimento
necessário para a concretização de suas expectativas. Esta
contemporaneidade, portanto, só se materializa se formos
capazes de convivermos e nos relacionarmos adequadamente.
A condição primordial para esta contemporaneidade, que pode
nos levar ao necessário conhecimento, é o conhecer e
apossar-se da História, porque “a experiência individual
guia os passos do homem maduro, mas a experiência coletiva
ilumina o futuro”. Afinal, História significa a indagação, a
averiguação e a investigação sobre o passado, necessárias ao
conhecimento e crescimento, e é feita coletivamente.
Trazendo para o lado dos relacionamentos, devemos levar a
História de cada um, cada pessoa, em consideração porque
isto leva ao conhecimento e respeito mútuo; afinal, tendemos
a respeitar o que conhecemos. O respeito a cada um,
resultará no respeito à coletividade e abrirá caminho para o
compartilhamento e relacionamento que nos levará a uma vida
melhor.
Aqui estamos para fazer História. Fazê-la não é simplesmente
relembrar fatos a simples pretexto de nostalgia. Esta é
passageira e apenas diz respeito a algo que já se passou, o
que já se foi, não é reflexão. Aqui estamos para rememorar
fatos, dá-los a conhecer, divulgar, mostrar e refletir sobre
um pouco do que fizemos, do que somos e do que temos o
compromisso de fazer, continuar fazendo e refletir sobre
nossa História, afinal. Apossarmo-nos dela para, com mais
convicção, caminharmos adiante. Ela é o fundamento para
continuarmos a caminhada com mais certeza de acerto.
Na verdade, o que foi dito, pode ser considerado,
simplesmente, uma maneira mais elaborada de lembrar que
precisamos estar atentos para refletir e nos lembrar de onde
viemos e quem foi que fez ou contribuiu para a realização de
cada coisa da qual usufruímos no dia-a-dia.
Assim estaremos conscientes da importância e valor de cada
um no nosso meio, respeitaremos, seremos respeitados e
teremos uma Igreja ou a coletividade onde vivemos preparada
para, a cada momento, atingir seu objetivos e chegar onde
precisa.
Deus, entretanto, é o senhor da História, somente a ele toda
honra e toda glória. Tudo o que foi feito foi com sua
permissão por obra da sua graça. Somos apenas instrumentos.
Mas podemos também, a todo tempo, nos lembrar e agradecer a
ele por todos aqueles que colocou e tem colocado em nosso
meio para serem, a seu tempo, instrumentos da sua obra.
A Bíblia nos relata as festas memoriais dos Judeus, cujo
objetivo era rememorar seus feitos, vitórias e, sobretudo,
compromisso com Deus, a quem era devido a todas as vitórias
e conquistas que empreendiam. Assim também hoje estamos com
esse mesmo propósito. Parafraseando Paulo, o que foi feito o
foi porque todas as coisas pudemos naquele que nos
fortalece. Somos, simplesmente, instrumentos nas mãos de
Deus que nos tem possibilitado levar adiante sua obra.
Podemos dizer: Igreja Batista do Bom Retiro, 30 anos de
vitórias; “Até aqui o senhor nos ajudou; grandes coisas Deus
fez por nós, e por isso estamos alegres” (I Sam 7.12 e Sl
126.3).
Ipatinga, 10 de dezembro de 2007.
José Maria Vidal.
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