O culto do Deus vivo e a música caminham de mãos dadas desde a antiguidade. Isso não é novidade. Tanto assim que os temas música, louvor e adoração se entrelaçam de tal maneira, a ponto de serem profundamente confundidos.
Como crentes proclamamos e recitamos frequentemente o nosso lema que a Bíblia é a Palavra de Deus, e que ela é a nossa única regra de fé e prática. E isso eu também creio plenamente! Mas creio também que chegou a hora de colocar a realidade destas verdades à prova também em nossas práticas musicais no culto.
Em uma série de curtos artigos, iremos examinar as nossas terminologias assim como o nosso entendimento dos propósitos da música, observando as opiniões e avaliações feitas através dos séculos, tudo isso abaixo da lupa da Palavra de Deus. Vamos juntos nesta jornada? Eu convido você a acompanhar esta série, na qual teremos artigos de curta metragem, mas que o levarão a pensar e repensar posições quanto ao uso da música em louvor e adoração a Deus.
Para iniciar a nossa abordagem destes temas, gostaria de levantar a questão do foco da adoração para a sua consideração. O professor da Biola University (uma instituição cristã) na Califórnia, nos alerta quanto à ênfase correta ao lidar com este tema: “Assegure-se que Deus seja o foco principal da adoração, não a música. Deus deve ser primordial – não a execução musical, o estilo ou a instrumentação. Na nossa era, as pessoas igualam adoração com música: se a música é boa, então a adoração é boa”.
Paul Washer em uma entrevista, cita Jeff Pollard da Mt. Zion Bible Church, que diz: “Na questão da música e da adoração, nós seres humanos frequentemente associamos certos tipos de música com a adoração. Um dos grandes problemas é que, quando um certo estilo se encontra arraigado nas nossas mentes como parte da adoração, e nós só correspondemos (ou respondemos) emocionalmente a este tipo de música, nós confluimos finalmente numa adoração de nós mesmos, em vez de de Deus. Queremos nos sentir de uma forma em particular a qual associamos como adoração, e então, se a batida produz este sentimento, ou mesmo se uma música do século 16 o faz, para nós só isso dá o sentido de adoração. A tragédia é que, se temos simplesmente algo que atiça as nossas emoções, não importa que se trate de algo legítimo ou não. Nós muitas vezes nos tornamos adoradores de nós mesmos. Não adoramos a Deus – estamos adorando o sentimento que temos sobre Deus”.
Então lhes deixo estas perguntas para a sua meditação: Quem é o foco da sua adoração? Será que estamos adorando a adoração? Estamos adorando verdadeiramente a Deus? Que o Senhor nos abra o entendimento e que Cristo seja TUDO em TODOS.
Elcio Portugal
B. M. e M.M.
Ministro de Música da Igreja Batista do Bom Retiro, Ipatinga, MG
7 de julho de 2015
10/07/2015
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