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 Soundbytes 14 - O Que Realmente a Bíblia diz sobre a música ? (5)
 


 

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O Que Realmente a Bíblia diz sobre a música ? (5)
Os Evangelhos

Não esgotamos certamente o número de versículos encontrados no Antigo Testamento que menciona o uso da música. Porém, à busca de princípios que nos guiem hoje, seguimos agora para o Novo Testamento. Nos evangelhos são poucas as referências à música. Eles não abordam normativamente a função dela para a igreja de hoje. Porém, as circunstâncias do seu uso nos ajudam a dar continuidade aos propósitos que já vimos anteriormente, e até levanta questões pouco avaliadas.

Quando Jesus chegou à casa de um chefe da sinagoga para curar sua filha, ele encontrou o pessoas já enlutadas em pranto, “e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço”. (Mateus 9:23) Ele as manda sair, declarando que a menina estava dormindo e não morta. Nesta curta cena encontramos a prática daquele povo de manifestarem a sua tristeza pela morte de alguém através de prantos e sons de instrumentos. Em uma outra oportunidade, Jesus contou a parábola do filho pródigo, o qual, ao retornar à casa do seu pai, este o recebeu com grande alegria e preparou uma festa de celebração onde havia música e danças (Lucas 15:25). Estes testemunhos nos evangelhos, apesar de não serem normativos, são ilustrativos da pluralidade de aplicações da música em uma devida cultura. Cristo, apesar de ter dito aos que estavam na casa do chefe da sinagoga (Mateus 9:24) que saíssem, não repreendeu a prática em si, mas ressaltou simplesmente o fato de que não era hora de luto, porque a menina, como ele mesmo sabia, voltaria a se levantar. É possível, como alguns presumem, que por vezes os músicos e as pessoas que vinham demonstrar luto eram contratados para esta demonstração. É difícil dizer se esta realmente foi a situação nesta passagem.

De forma alegórica, o Senhor faz uso de uma prática musical corrente e compreendida nos seus tempos na Terra, que levanta mais uma questão de propósito para a música. Em Lucas 7:31-35 lemos:

A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes? São semelhantes aos meninos que, sentados nas praças, gritam uns para os outros: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não chorastes. Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio; veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.

Cristo compara a Sua geração com uma situação de aparente futilidade: assim como meninos reclamam uns com os outros porque certos não participaram do divertimento dançando quando outros tocaram flauta, nem refletiram o sentimento de lamentação pelo choro quando certos cantaram, da mesma forma, os judeus em geral não responderam apropriadamente nem à pregação de João Batista e à sua chamada ao arrependimento, nem celebraram junto ao Filho de Deus que veio ao mundo, e sem se isolar da Sua comunidade, participou de grande parte da cultura do Seu povo. Por ter usado uma prática cultural de diversão (tocar flauta e dançar), o texto levanta (ao menos na minha mente) a questão da legitimidade do uso da música como entretenimento. Seria este uso tão questionável assim? Sem dúvida, não estou levantando a possibilidade da música nos nossos cultos como igreja ter a função de entretenimento. Estas reuniões têm funções diferentes, que ainda reveremos nesta nossa trajetória. Porém, eu me atreveria dizer, que dentro de um contexto sócio-cultural, a música naturalmente pode ter funções de entretenimento, desde que estas expressões artísticas não sejam promoções de práticas pecaminosas (imoralidade etc).

Finalmente, ao celebrar a primeira ceia memorial pouco antes da Sua morte, os evangelístas Mateus e Marcos nos declaram que os discípulos cantaram juntos um hino antes de partirem para o Monte das Oliveiras. (Ver Mateus 26 e Marcos 14). Este hino, creio eu, celebrava o Deus de Israel e Seus atributos, e os unia em fé para com Ele. Com Seus irmãos, provavelmente cumprindo o propósito encontrado em Salmo 22:22, Jesus louvou o Pai: “Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação”. Quando nos reunimos como igreja, Cristo promete estar conosco. Os nossos hinos de louvor são cantados junto com o nosso Intercessor. Conscientes disto, louvado seja Deus!

Elcio Portugal
Ministro de Música – Igreja Batista do Bom Retiro, Ipatinga, MG
Presidente da Associação dos Músicos Batistas de Minas Gerais
15 de fevereiro de 2016


19/02/2016